Armas de fogo respondem por 39% dos homicídios envolvendo mulheres
Quanto a motivação, a maioria dos casos foi identificada como passional
A arma de fogo tem sido o meio mais empregado nos casos de homicídios envolvendo vítimas femininas em Mato Grosso. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), entre janeiro e maio deste ano, foram 38 casos, a mesma quantidade registrada em 2018. Porém, em 39% dos crimes houve emprego de arma de fogo.
O levantamento, feito pela Coordenadoria de Estatística e Análise Criminal da Sesp, incluindo, todas as motivações, e não apenas feminicídios. Segundo os dados, arma cortante ou perfurante foi utilizada em 32% das mortes, seguida por “outros”, com 18%; arma contundente, com 8%, e força muscular, responsável por 3% dos casos.
Já o dia da semana que mais apresentou registros foi a sexta-feira, com oito casos, seguido de quarta-feira, com sete. No domingo, quinta-feira e sábado foram registrados cinco homicídios em cada dia, enquanto na segunda-feira e terça-feira foram quatro cada. Quanto a motivação, a maioria dos casos foi identificada como passional (37%), enquanto em 29% as circunstâncias ainda serão apuradas. Envolvimento com drogas corresponde a 16% das motivações, vingança a 10%, rixa a 5% e álcool a 3% dos casos.
Um dos crimes registrados neste ano ocorreu no município de União do Sul (680 quilômetros de Cuiabá), na noite do dia 26 de março passado. A vítima foi identificada como Francisca Cabrera Gonzalez, de 52 anos. O principal suspeito é o marido, Aparecido da Silva Ferreira, de 46 anos, conhecido pelo apelido de Cidão. Eles estavam juntos há três anos. O crime ocorreu em um sítio no Assentamento Olga Benário. No local foi apreendido uma espingarda calibre 12 de dois canos, um cinturão e três cartuchos carregados e um deflagrado.
Conforme a Sesp, a fonte dos dados é o Sistema de Registro de Ocorrências Policiais (SROP), que congrega todos os boletins de ocorrências da Polícia Militar (PM-MT) e Polícia Judiciária Civil (PJC-MT). “É importante reforçar que os números são referentes a homicídios envolvendo vítimas femininas, e nem todos os casos são identificados como feminicídios. Este levantamento específico será feito semestralmente pela Coordenadoria de Estatística da Sesp, pois trata-se de uma qualificadora que é averiguada ao longo da investigação criminal”, frisou.